Análise sobre Além da Morte (Flatliners)

em 01 outubro 2017 |
Confiram abaixo uma matéria feita analisando o filme Flatliners (Além da Morte):


Pode conter spoilers!

O hit de 1990 de Joel Schumacher ganha um remake maçante.

A peça chocante de 1990 de Joel Schumacher “Além da Morte” foi talvez mais notada por assumir uma premissa boba, mas estranhamente atraente (um bando de estudantes de medicina sexy em busca de adrenalina, que intencionalmente morrem para experimentar uma parte da morte) assim como um elenco empilhado de jovens talentos (Julie Roberts, Kiefer Sutherland, Kevin Bacon), e de alguma forma fazendo nada de notável com nenhum deles. Dizendo muito do remake com um visual decente, mas ainda sim maçante do diretor Niels Arden Oplev – não é nada mais que fiel ao original. Por mais inessencial que os remakes sejam, “Além da Morte” encontra um elenco substituto de atores super qualificados, e abaixa suas representações da vida após a morte com alguns efeitos visuais avançados, mas além disso não oferece razão em reanimar essa poesia expirada a tempos.

Ellen Page assume o papel antigo de Sutherland, que estrela como Courtney, uma séria estudante de medicina, que de uma tragédia em sua infância instigou um interesse no pós vida. Ao descobrir uma área não usada no porão abaixo do hospital em que ela é uma médica residente, e talvez movida pelas motivações de amor duro do seu professor irritadiço (Sutherland, aparecendo por puras razões), ela bola um plano para pesquisar atividades cerebrais pós morte ao usar ela mesma como objeto de estudo.

O filme não perde muito tempo explorando o que motivou esta futura médica promissora em arriscar sua vida em nome dessa nebulosa pesquisa, e nem dos dois colegas de estudo que ela recruta para parar seu coração e posteriormente traze-la de volta à vida: Sophia (Kiersey Clemons), sua corajosa amiga assediada por problemas de autoconfiança, e Jamie (James Norton), um imaturo ricaço bonitão que vive em seu próprio iate. Após um curto encantamento de mãos, eles entram no plano – Courtney morre, e o time de efeitos visuais prepara algumas alucinações, se não imaginativas, para ilustrar sua jornada para o grande além. Chegando bem na hora de ajudar a traze-la de volta à vida são Ray (Diego Luna), aquele estudante meio que sensato no grupo, e Marlo (Nina Dobrev), uma residente habilidosa que calça salto agulha durante turnos e retamente exclamas coisa do tipo, “isto não é ciência, é pseudociência! ”

A princípio, a experiência parece ser positiva. O cérebro de Courtney recebe um avanço, e ela de repente se lembra de detalhes antigos de velhos textos de livros de medicina, despertando inveja em seus super competitivos colegas, os quais querem suas vezes na experiência (Aqui está uma das atualizações mais inteligentes do filme: enquanto que a geração X dos “Flatliners” enganaram a morte por emoção banal, sua geração milenial o faz em busca de um boletim melhor)

Apesar das breves tentativas de nos convencer do contrário, nenhum destes experimentos parecer revelar muito de relativo com a atividade cerebral no pós morte, nem uma faísca de epifanias filosóficas ou teólogas. Entretanto, eles colocam nosso multi grupo de médicos no clima de festa, e o filme gasta cerca de dez minutos de sua duração para acomodar algumas suaves consequências de bebidas, danças e pegação.

No despeito de seu treinamento médico, vem como uma surpresa para nossos heróis a lição de que ao matar – se temporariamente pode trazer algumas consequências não desejadas, e todos eles começam a experimentar visões e alucinações assustadoras. Eles levam um agonizante longo tempo para entender o porquê que isso acontece, e o filme prontamente transfere – se de uma boba volta aos anos 90 para uma completa volta ao terror japonês pleno, cheio de sustos clichês e de figuras zangadas com maquiagem de olhos pretos em vãos de portas.


Por mais maçante que seja, “Além da Morte” nunca afunda no fracasso total, e há talento suficiente por de trás e na frente das câmeras que deixa as coisas no lado certo da competência básica. Os atores fazem o que podem com o material, e Oplev baseia – se em poucas ideias visuais decentes. O que falta, entretanto, é alguma indicação do porquê qualquer um envolvido queira revisitar este material. Enquanto que muitos remakes lutam para se soltarem da sombra de suas sagradas fontes de materiais, o original “Além da Morte” não era nem uma ideia de clássico, fornecendo amplas oportunidades para melhora que este filme teimosamente recusa a aproveitar.

Fonte: http://ninadobrevbrasil.com

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